Decisão do juiz Sérgio Moro é de primeira instância, e precisa ser confirmada
pelo colegiado de desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal em
Porto Alegre, que é a segunda instância.
Prédio do TRF4 em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)
a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e de
lavagem de dinheiro no caso do triplex, dentro das investigações da Operação
Lava Jato, foi distribuída no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em
Porto Alegre, nesta quarta-feira (23), no fim da manhã.
A decisão de Moro em Curitiba é de primeira instância, e precisa ser confirmada pelo
colegiado de desembargadores da 8ª Turma do TRF4, que é a segunda instância.
Os três desembargadores julgarão a apelação da defesa do ex-presidente
Lula e podem rejeitar, aceitar ou modificar a condenação.
Um julgamento no TRF4 demora, em média, de 10 meses a um ano.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já determinou que, a partir do resultado
do julgamento da segunda instância, o condenado passa a cumprir a pena de prisão e
se torna ficha-suja, ou seja, não poderá disputar eleições. A sentença de Moro foi
publicada no dia 12 de julho e permitiu que o petista recorresse em liberdade.
A acusação é pela ocultação da propriedade de uma cobertura triplex em Guarujá, no
litoral paulista, recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras.
Lula antes de entrevista coletiva à imprensa em 13 de julho de 2017 (Foto: AP Foto/Andre Penner)
No TRF4, a ação contra o ex-presidente vai direto para a mesa do desembargador
João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato. É ele quem vai analisar
os argumentos dos advogados e do Ministério Público.
Depois de analisar as provas, ouvir os advogados e o Ministério Público,
modificar a decisão do juiz Sérgio Moro e, inclusive, absolver o ex-presidente Lula.
O processo, então, vai para uma sessão de julgamento na 8ª Turma, formada por
Gebran Neto e outros dois desembargadores: Leandro Paulsen e Victor Laus. Eles
podem seguir ou não o voto do relator. A decisão final é por maioria de votos.
Em entrevista após a sentença publicada por Moro, o pesidente do TRF4 disse
que o julgamento de processo contra Lula deve ser julgado antes das eleições de 2018.
"Imagino que até agosto do ano que vem esse processo vai estar julgado.
Ou o tribunal confirma essa decisão e ele [Lula] fica inelegível ou reforma a
decisão e ele está liberado para concorrer", observou Carlos Eduardo Thompson
Flores Lenz.
A defesa de Lula já havia se manifestado sobre a condenação. "A absolvição
de Lula é o único resultado possível em um julgamento imparcial e
independente, pois o ex-presidente não praticou qualquer crime e por isso o MPF
não conseguiu apresentar prova de suas acusações", alega, em nota.
Outros dois réus no mesmo processo também foram condenados, e quatro, absolvidos
(veja a lista completa abaixo).
Réus no processo
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente: condenado por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos
mesmos crimes no caso do armazenamento de bens.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS: condenado por corrupção ativa e lavagem
de dinheiro a 10 anos de 8 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos mesmo
crimes no caso do armazenamento de bens.
fonte Por G1 RS
fonte Por G1 RS
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